domingo, 30 de novembro de 2008

Vida sobrestada

Poderia ser mais trabalhoso permanecer em estados de indefinição...?

No meu caso, tenho tentado relaxar e internalizar confiança na vida - "tudo há de se encaminhar para o melhor desfecho".

Obviamente que não tenho muito a fazer a não ser esperar, do contrário minha avidez por desfechos "definitivos" já teria providenciado os resultados (ou posto tudo a perder).

Se parar para pensar que nos próximos dias minha vida tomará um de cinco rumos tão significativos quanto distintos, enlouqueço.

In love with Alain.

Eis um cara que entende das coisas. Alain de Botton é o autor de "Ensaios de Amor", o livro que vem atrasando meu horário de dormir e ajudando a espantar alguns fantasmas...

No capítulo "Medo da Felicidade" ele diz:

"'Toda a infelicidade do homem vem de uma incapacidade de ficar em seu quarto sozinho', disse Pascal, defendendo a necessidade de o homem construir seus próprios recursos sobre e contra uma dependência debilitadora da esfera social. Mas como isso poderia ser conseguido no amor? Proust conta a história de Maomé II, que, sentindo que estava se apaixonando por uma das esposas do harém, mandou matá-la imediatamente porque não queria viver em ligação espiritual com alguém. Tirando isso, eu há muito tempo havia abandonado a esperança de alcançar a auto-suficiência. Eu havia saído do meu quarto, e começado a amar alguém - passando assim a correr o risco inseparável de basear a vida ao redor de outro ser humano.
(...)
Amantes podem matar sua própria história de amor apenas porque são incapazes de tolerar a incerteza, o puro risco, de que sua experiência de felicidade tenha dado certo."


Soa, em um primeiro momento, como covardia. Confesso que sempre tive uma certa tendência a achar problemas inexistentes para justificar meu medo de correr riscos e a tentar pular fora o quanto antes. Felizmente não sou mais assim (acho).
Guess what: a vida é correr riscos. Se tudo viesse com certificado de garantia perderíamos muito em aprendizagem e em paixão. É isso que faz o processo ter graça, é isso que faz com que nos sintamos vivos! E, se der errado, provavelmente haverá sofrimento, mas ninguém sai morto.

E segue-se pela estrada do apaixonamento. Tome o primeiro retorno (ou faça qualquer outra coisa, mas mude de pista!) caso constate que a via é de mão única. Mudança constante de direção equivale a 'one-way road': mude de pista. Ou, no meu caso, melhor ficar por algum tempo nos boxes...

The tough gets going when the going gets tough!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Back in business

Decidi (por ora?) reativar o projeto blog, depois de...hum, uns 4 anos sem escrever. Sequer me lembro do endereço anterior, tive que criar tudo de novo.

Não tenho muita idéia do motivo que me levou a parar esses minutos para fazer isso, mas desconfio que seja (entre outras coisas) pela quase constante angústia que vem me incomodando.
Às vezes mais, às vezes menos, mas sempre lá, como areia no sapato.

Muitas (in)definições à vista. E nos poucos (mas importantes) aspectos da minha vida que cabem a mim definir tenho me revelado uma grandecíssima incompetente - há alguns meses, aliás. Pura teimosia.

I smoked a lot of sky, drank a lot of rain, anything to ease my pain...