segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Free Polanski!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Always on my mind

"Um dos mais bonitos pedidos de desculpa já produzidos pela cultura pop foi ‘always on my mind’.

Na voz do Elvis ou dos Pet Shop Boys, aquelas simples palavrinhas têm um poder terapêutico impressionante. Poucas canções românticas conseguem trazer consigo tantos sentimentos honestos ao mesmo tempo.

Arrependimento e humildade:
Maybe I didn't treat you quite as good as I should have
Maybe I didn't love you quite as often as I could have
Little things I should have said and done and I just never took the time
Saudade e declaração de amor
Maybe I didn't hold you all those lonely, lonely times
And I guess I never told you I'm so happy that you're mine

Exposição de prioridades claras:
If I made you feel second best, girl, I'm sorry I was blind

Força de vontade e esperança de recomeço:
Tell me, tell me that your sweet love hasn't died
Give me, give me one more chance to keep you satisfied


E a confissão:
You are always on my mind

‘Always on my mind’ é a música que eu cantaria se a mim coubesse pagar o mico de cantar num karaokê, como naqueles filmes românticos em que o bar está lotado e os amigos começam a gritar o nome da gente pra ir lá na frente cantar. Ah, eu iria quebrar a perna de todos eles com minha interpretação intimista de ‘always on my mind’, e queria terminar como James Brown fazia, com um joelho no chão e cabeça baixa, transmitindo a idéia de fragilidade. Seria legal se nessa hora alguém viesse e cobrisse minhas costas com a toalha de uma das mesas enquanto aquela enxurrada de aplausos tomasse conta do ambiente.


Essa é uma daquelas canções que, se a gente fecha os olhos e imagina com força, consegue ver a cena inteira. Trata-se de alguém que machucou outro alguém e voltou para pedir desculpas, para dizer que, ao final das contas, a intenção não era fazer o mal e machucar, além de dizer que tem esperanças que as coisas ainda possam dar certo. Dá até pra sentir o toque suave da mão de quem pede desculpas acariciar a mão de quem foi machucado e está magoado.

Pedir desculpas é um gesto que exige uma reflexão interna intensa. É preciso reconhecer as feridas que a gente causou e ter humildade para externá-las. Muita gente não gosta de ver as feridas que causa nos outros, fingindo serem elas, afinal, parte da vida e que cada um tem que cuidar das suas. Não funciona assim, não.

Sempre que você puder pedir desculpas a quem ama, peça. É o amor que fez com que ela estivesse ‘always on your mind’, certo?
Termino com uma citação anônima interessante: It may be no more than a memory, but if it is a worthy one I shall not regret the price."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"A palavra é o fio de ouro do pensamento"

Pode ser um pouco angustiante pensar em quanta coisa interessante vai passar longe dos nossos sentidos até o inexorável último suspiro. Pessoas, lugares, músicas, todo tipo de originalidade e de lugar-comum. Mas é sobre literatura que gostaria de falar.

Das artes mais “acessíveis” (muitas reticências aqui...), a literatura é a que demanda mais tempo para ser consumida. Claro que um bom disco (ou qualquer tipo de manifestação artística) pode demorar anos até ser bem entranhado, mas o primeiro contato que requer um tempo mínimo maior sem dúvida é a leitura de um livro: deve-se gastar no mínimo uma hora na chance que decidimos dar ao escritor para que prenda nossa atenção.

Nunca achei que a escolha de um volume deva ser feita ao acaso. Ao contrário: como disse, não temos todo o tempo do mundo, há muita coisa boa por aí. E sabemos como é frustrante ler um livro mal escrito. Como selecionar? O acaso deve ser desprezado, penso; a intuição, não. Pessoalmente, sigo um conselho dado pelo meu pai no início da minha vida de alfabetizada: “leia os clássicos”.

Por motivos óbvios, a leitura de um clássico tem muito menos chances de frustrar o leitor. Sobre este tema, Calvino escreveu um artigo cujos preceitos transcrevo abaixo:

1. Os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: "Estou relendo..." e nunca "Estou lendo...".

2. Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições de apreciá-los.

3. Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual.

4. Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira.

5. Toda primeira leitura de um clássico é na realidade uma releitura.

6. Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.

7. Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes).

8. Um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente as repele para longe.

9. Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos.

10. Chama-se clássico um livro que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos talismãs.

11. O "seu" clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em contraste com ele.


12. Um clássico é um livro que vem antes de outros clássicos; mas quem leu antes os outros e depois lê aquele, reconhece logo o seu lugar na genealogia.

13. É clássico aquilo que tende a relegar as atualidades à posição de barulho de fundo, mas ao mesmo tempo não pode prescindir desse barulho de fundo.

14. É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível.

"Resta o fato de que ler os clássicos parece estar em contradição como nosso ritmo de vida, que não conhece os tempos longos, o respiro do otium humanista; e também em contradição com o ecletismo da nossa cultura, que jamais saberia redigir um catálogo do classicismo que nos interessa."

Ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos. Na última tentativa de sensibilizar o leitor sobre a valia do esforço, Calvino finaliza o artigo citando Cioran:

"Enquanto era preparada a cicuta, Sócrates estava aprendendo uma ária com a flauta. 'Para que lhe servirá?', perguntaram-lhe. 'Para aprender esta ária antes de morrer'".

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Arte moderna

Vi isso no orkut de um amigo. Legal, né? =)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A virginianos e piscianos

Saturno caminha para a saída, o que é alívio para muitos

- Eunice Ferrari

"Desde o dia 17 de maio deste ano, o planeta Saturno, que neste momento se encontra no signo de Virgem, começou seu movimento direto pela terceira vez, ou seja, caminha em direção à porta de saída desse signo, entrando em seguida no signo de Libra. Virginianos, piscianos, sagitarianos e geminianos, sol, lua ou ascendente sentir-se-ão aliviados com essa mudança de energia. Em 25 anos de astrologia, nunca presenciei uma estada de Saturno tão pesada como esta.

Como terapeuta, há pouco mais de dois anos (Saturno fica aproximadamente dois anos e meio em cada signo) participei quase que diariamente do sofrimento, das perdas e da depressão desencadeada por esse planeta especialmente em virginianos e piscianos. Agora, com o movimento em direção à porta de saída, Saturno vai estruturando e colocando em seu lugar, lenta e definitivamente, tudo o que foi arrancado. Certamente nada será como era, pois a grande lição que se tem a aprender em trânsitos como esse é que a vida deve ser renovada todo tempo.

O que não faz mais sentido foi arrancado e atirado longe e, quanto mais teimosa for a pessoa, mais apegada e arrogante em não aceitar as mudanças da vida, mais difícil o transito se torna. Ficar preso em emoções do passado apenas intensifica e prolonga os momentos de dor. Neste momento em que fica apenas o que de fato vale a pena, é importante estar atento para todas as oportunidades de reconstrução que essa despedida de Saturno traz. Sim, porque elas virão aos montes.

O símbolo de Saturno é o de uma caveira com sua foice, pois Saturno tem tudo a ver com os processos de morte e renascimento. Como não existe nascimento sem dor, é através dela que aprendemos as lições que este pai severo tem a nos ensinar. Saturno é Chronos, o Senhor do Tempo e, necessariamente, em trânsitos como este aprendemos a suportar a impotência, a tolerância e a profunda paciência. Aprendemos através de duras lições que nossa vontade é bem limitada quando o Universo decide nos dizer "não". Afinal, quase nada chega quando queremos, mas quando deve chegar.

Impotência, limite, frustração, desespero, depressão, mas também organização, disciplina, rigor, severidade, todas essas qualidades são desenvolvidas através das lições de Saturno. A partir de outubro, nosso mestre sai de Virgem, retornando brevemente em meados de abril do próximo ano. Mas librianos, arianos, cancerianos e capricornianos, sol, lua ou ascendente não precisam ficar muito preocupados, pois Saturno é o segundo regente de Libra e por isso sua passagem por esse signo não fará um estrago tão grande quanto ele fez estando em Virgem.

Com Saturno em Libra os relacionamentos passam por uma espécie de transformação profunda que vai mexer intensamente com a maneira pela qual todos estamos nos relacionando. Se é que podemos dizer que estamos de fato nos relacionando. Os medos da entrega e do encontro com o amor profundo virão todos à tona e, no final, que sempre é feliz, poderemos presenciar muitos casais felizes e realizados no encontro com uma nova forma de amar. A vida segue em frente sempre, independente de nossa vontade e no tempo que ela mesma determina. Portanto, só nos resta aprender a dançar no mesmo ritmo e tempo que ela."

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ghost

Patrick Swayze morreu hoje. Que coisa.

O famosíssimo Ghost foi um filme que não me impressionou muito na época, ao contrário de Dirty Dancing. Assisti no colégio. Estava na quinta série. Quem rodou a fita pra gente foi a Patrícia, ótima professora de inglês e português.

Fiquei vidrada em tudo: na trilha, nos personagens, nas cores. Mas foi a história de amor que me pegou pelo estômago. Percebi que o que via no televisorzinho velho das freiras coincidia com uma idealização de amor romântico que eu nem sabia que tinha começado a construir. A música que postei abaixo (She's like the wind) ilustra bem o clichê (e daí que é clichê?) da mulher que quer ser tomada pela mão e ouvir que tudo vai dar certo.

Será que o velho fetiche do amor eterno atrapalha a vida real?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Em tempo

Acabei de ficar sabendo que a razão pela qual o Gilbert tem usado fones gigantes nos shows do Mr. Big é a perda de cerca de 60% da audição em um dos ouvidos. Ok, shame on me.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Stoned?

Oliver Stone (diretor que nunca engoli, aliás) sempre gostou de, digamos, "adaptar" fatos históricos a seus filmes, mas desta vez ele foi longe, bem longe.

Os leitores já devem saber do que falo. No novo documentário South of the Border, Stone mostra o presidente venezuelano Hugo Chávez como herói. Ele também anda defendendo o ditador em todas as entrevistas.

Lamentável para o cinema, para a política e para o público no mínimo medianamente inteligente.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Biggies

Melhor preparar o cofrinho, há promessas de shows interessantes para breve.

O AC/DC está quaaase confirmado para Buenos Aires, ao menos. A informação da produtora argentina responsável (PopArt) é de que os shows serão nos dias 2, 4 e 6 de dezembro, no habitual Monumental de Núñez. Fala-se em um possível agendamento de Porto Alegre, do que infelizmente duvido. Por ora, nada consta do site oficial da banda.

Com disco (caça-níqueis) "novo" e reunion, o Mr. Big deve aparecer por terras sul-americanas no início do ano que vem. Muito promissor.

Falando neles, não sei quando a música Next Time Around foi composta, mas foi lançada há pouco com o tal disco novo. Fiquei surpresa e feliz com a fidelidade ao estilo da virada dos anos 80/90. Já a outra faixa inédita (Hold Your Head Up) é sofrível, não nada a ver com o Mr. Big que conhecemos. Ou fui eu que não entendi.



Claro que todo mundo notou, mas sou obrigada a dizer que o corte de cabelo do Eric Martin é terrível (e vejam que eu nunca reparo nessas coisas). Sobre o Gilbert, andei vendo umas fotos de um show recente em que ele aparece tocando com FONES DE OUVIDO. This is NOT ok, man... =/

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Meus gostos nunca foram exatamente regulares. Tenho fases. Fases em que gosto de uma coisa e fases em que não gosto da mesma coisa. Claro que algumas preferências tendem a não mudar. Por exemplo, quem não gosta de gim (como eu), provavelmente nunca vai passar a gostar.

Vez ou outra, gosto de ficar deitada na minha cama, imóvel e em silêncio. Fiz isso ontem por cerca de 3h, e vários desses meus “gostos potencialmente perenes” se tornaram claros. Vou listá-los (adoro listas) para me lembrar das coisas que eu deveria fazer mais frequentemente. Aproveito para listar o que jamais apreciarei (para lembrar do que fugir).

Gosto de:

* Padaria + livro + café com leite + torrada
* lírios brancos
* ônibus + mp3
* anoitecer
* cafuné
* caminhar pelo bairro (de preferência à noite)
* sair vitoriosa de um Beira-Rio lotado
* receber mensagens de madrugada
* chegar do trabalho na sexta-feira e ligar o som bem alto
* conversar com velhinhos
* suavidade e força intercalados (...)


Detesto:

* ser acordada bruscamente
* gente blasé
* passarinhos cantando antes do amanhecer
* aperto de mão flácido
* ser deixada falando sozinha (mesmo que “virtualmente”)
* repetir
* glacê duro e açucarado
* barulho intermitente
* miguxês (a supressão dos acentos e a substituição de “qu” por “k” me dá náuseas)
* baba na orelha.

Have a nice day.