terça-feira, 23 de dezembro de 2008

To have and not to hold

Ando assustada com as últimas opiniões que venho ouvindo sobre relacionamentos... Onde foi parar a sanidade das pessoas?

Há pouco tempo uma amiga veio até mim contando (orgulhosamente, aliás) que ela e o namorado haviam convencionado que nenhum dos dois sairia sozinho. Como? É essa tal simbiose paranóica...

Parece-me que as pessoas têm cada vez mais introjetada uma idéia de propriedade sobre as pessoas (não é o seu caso, caro leitor). “O(a) namorado(a) é meu(minha) e ninguém tasca!” Aham.

Acontece que essa sensação de controle e propriedade é pura balela. Não existe no mundo dos fatos (ainda bem, né?!). Se uma pessoa acha que precisa ficar vigiando o parceiro, fazendo mil perguntas, impondo limites malucos e pedindo satisfação de tudo de meia em meia hora, é porque não há nada no mundo capaz de deixá-la “segura”, nem “encoleirar” seu consorte. Possivelmente trate-se de um caso recorrente de insegurança, baixa auto-estima ou o diabo-a-quatro, não importa. Não é problema, basta procurar uma boa terapia e não enlouquecer a vida alheia.

Como dizia, o controle é ilusório. Se a pessoa está a fim de aprontar, não existe hora nem lugar. Nem trezentos telefonemas diários ou dois chiliques por ciúme semanais vão evitar.

Puxa vida, é tão bacana uma relação saudável, não entendo por que as pessoas (sem querer generalizar...) insistem em estragar tudo com essa necessidade de rotular, de cobrar, etc. Há de ter leveza, fluir, deve ser um prazer e não uma dor de cabeça. Lógico que há percalços, mas são para serem enfrentados e superados juntos. Um relacionamento legal não é algo a ser buscado (ou evitado), ele simplesmente acontece. Como diria Drummond, não deixe o amor passar.

Meu querido terapeuta, vez ou outra, pergunta quais seriam os requisitos de um relacionamento na minha vida. Depois de alguns anos de divã, é facílimo responder: química (sem a qual de nada adianta passarmos aos próximos itens), admiração e respeito – a reciprocidade está pressuposta, por óbvio. Havendo isso, a coisa toda começa a ficar divertida e leve, porque daí partem confiança, preservação da individualidade (por mais clichê que isso soe), etc., etc., etc. Se não, podemos parar por aqui.

Ora, ficar privando o parceiro das coisas que ele gosta de fazer sozinho (seja sair com amigas/amigos, jogar futebol, ver novela ou só ficar em casa com seus botões) é um grandecíssimo tiro no pé: cedo ou tarde, mas inevitavelmente, a pessoa vai atribuir essas privações ao relacionamento, e adivinhe só: vai querer encerrá-lo (com razão, diga-se de passagem!).

Estar ao lado (nem à frente, nem atrás, portanto) de alguém é legal. Se não funcionar, paciência, basta tocar a vida pra frente. Os riscos são inerentes à natureza da paixão, nada disso vem com garantia de fábrica (felizmente!). Asseguro que ninguém morre se der errado. Corra riscos, deixe fluir sem amarras ou rótulos, mas com respeito e clareza. Repito: desde que haja reciprocidade. Disso se trata a vida. Enjoy.

Em tempo: não estou querendo doutrinar, essas são apenas as minhas impressões... =]

Feliz Natal!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

sábado, 20 de dezembro de 2008

Lizard

Na minha primeira noite de férias depois de dois anos, resolvi levar meu mau-humor pra passear. A intenção era expurgá-lo numa boa pista de dança. Fiquei na intenção...

Nunca vi tanta gente na rua em dez anos morando nessa cidade. Não fosse minha irmã favorita me dar o passe pra furar uma fila de mais de cem pessoas, sequer teria entrado no Cabaret. Lá dentro, estava em meio a mods e a habitués da Padre Chagas - totalmente deslocada, portanto. Que droga! Pô, minha primeira noite de férias! Perdi todo mundo lá dentro, de tanta gente se acotovelando. O som estava muito cool pro meu gosto, mas nem vou me dar o trabalho de discutir esse mérito.

Quando a parte musical melhorou (no set da Alessandra), mal tinha lugar na pista. Quando finalmente achei um cantinho, passei a ser atropelada por casais recém-formados vindos sei-lá-de-onde que estavam interessados em qualquer coisa menos na música! Puxa vida, deixem a pista pra quem quer dançar!

Ou eu dei muito azar ou de fato estou perdendo a paciência com esse tipo de contratempo. Hoje meu mau-humor (apesar de em nada estar relacionado à pista de dança frustrada) atingiu picos históricos. Sei exatamente qual a causa desse meu azedume, mas não há muito que eu possa fazer. Aliás, já fiz mais do que deveria. Mas isso há de mudar. Já está mudando.


Move on, move on.

Baby, hold on

Lembrei desta aqui:

When your life is wrong
And your days are gone
And the night is coming on
Baby hold on

When your race is run
And the prize is won
Make the words to your song
Baby hold on

When it feels like no one listens
And it seems like no one hears you call
When your star no longer glistens
I'll be there to catch you
You won't fall
You won't fall

When your day is done
Like a setting sun
And the night keeps coming on
Baby hold on

Não genial, mas simples, direto. Não seria ótimo ouvir isso? Momento Carrie: "do girls just want to be rescued?"

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ian McCulloch


Gastei todos os meus poucos neurônios nas últimas três semanas tentando resolver dilemas que - agora sei - talvez levem a vida inteira para serem resolvidos. Nenhum problema quanto a isso.

Ocorre é que fiquei também sem inspiração pra escrever. Saindo do banho (há pouco), ponho-me à cata de algum disco pra ouvir enquanto me arrumo para encarar o velho (muito velho) e bom Cabaret (noite de ouvir a mana discotecar e de encontrar boas e adoradas amigas). A idéia inicial era fugir do tradicional hard rock e achar algo como as minhas seleções gravadas nos idos de 2000. Na última pilha achei uma empoeirada compilação do Echo & the Bunnymen - nada festivo, mas é o que estou escutando enquanto escrevo.

Não canso de me surpreender com as letras do Ian (o "Mr. Lips"). Tá pra nascer melhor letrista. Cara, eu realmente amo essa banda. Arrepio sempre, no matter when, no matter where. E, como dizia, ando sem palavras para depositar aqui - então, valho-me da poesia alheia.


The Game

(...)
And it's a better thing
That we do now
Forgetting everything
The whys and hows
While you reminisce
About the things you miss
You won't be ready
To kiss...goodbye

The earth is a world
The world is a ball
A ball in a game
With no rules at all
And just as i wonder
At the beauty of it all
You go and drop it
And it breaks and falls

I'll never understand
Why you thought i would
Need to be reassured
And be understood
When i always knew
That your bad's my good
And i was ready
Ready...to be loved

(...)


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

Eloqüência

Mais de Botton:

"a dificuldade de uma declaração vai além da dificuldade da comunicação comum. Se eu tivesse dito a Chloe que eu tinha uma dor de estômago ou um carro vermelho ou um jardim cheio de narcisos, eu poderia contar com que ela entendesse. Naturalmente, minha imagem de um jardim cheio de narcisos poderia diferir um pouco da dela, mas haveria uma razoável paridade entre as duas imagens. As palavras, cruzando a linha divisória que nos separava, teriam operado como mensageiras confiáveis de significado, a carta teria alcançado seu destino. Mas o cartão que eu estava agora tentando escrever não tinha nenhuma dessas garantias ligada a ele. As palavras eram as mais ambíguas na linguagem, porque a coisa a que elas se referiam carecia de significado estável. Claro, viajantes haviam voltado do coração e tentado representar o que tinham visto, mas a palavra não tinha latitute fixa, faltava-lhe definição geográfica, era uma borboleta de cor rara nunca identificada de forma conclusiva."

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Bang bang!



Nada como um bom show de rock para elevar o espírito. Noite surreal, essa.

Bang, bang! What's that sound? I gave you my love and you shot me down!

Em tempo: os gritos agudos são meus.