quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Still Vivid

Fiquei sabendo do show do Living Colour de última hora. Pensei um milhão de vezes “vou ou não vou?” – a idade pesando, talvez. Previsão de temporal, preguiça, falta de parceria, essas coisas. Resolvido o problema da companhia, fui comprar meu ingresso (que custou módicos R$ 50,00). Pô, eu estava me esquecendo do quanto gosto dessas funções de show de rock and stuff.

Pois então. Eu sabia que seria um BAITA show (considerando o background dos caras e o álbum recém-lançado, The Chair in the Doorway, um dos top 3 de 2009), mas ainda assim fui surpreendida por tudo o que vi e ouvi. Foi tão bom, mas TÃO BOM que fica difícil escrever alguma coisa aqui, mas também por isso não pude deixar passar em branco.



Tentando resumir bem resumidinho, eu diria que foi um paredão black de rock pesado, com muitas fusions envolvendo soul, funk, jazz, hip hop, hard rock e metal – característica da banda, como sabemos. Músicos excelentes em presença, feeling, virtuosismo (nunca tinha visto palhetada sequer parecida com a do veloz Vernon Reid), simpatia, carisma, bom gosto e muita comunicação com o público. Estavam visivelmente muito felizes, mas não mais que nós, a plateia risivelmente boquiaberta. Tocaram músicas de todos os álbuns e ainda nos deliciaram com covers pesadíssimos de Papa Was a Rollin’ Stone, Hound Dog e Should I Stay or Should I Go. Registro, ainda, o solo de bateria mais divertido que já testemunhei, com o Opinião às escuras e apenas as pontas luminosas e multicoloridas das baquetas de Will Calhoun riscando o ar.

A certa altura, o excelente-carismático-muito em forma baixista Doug Wimbish desceu do palco e se juntou aos babões de plantão, tirando solos que pareciam vir de uma guitarra. Daria um belo mosh ao final do show que teve 2h de duração (e mais 20min de bis), e que seria seguido de uma sessão de fotos e autógrafos na entrada no bar.

Em suma: o Living Colour e seu novo disco (que não tem sequer uma faixa meia-boca) merecem muito mais atenção do que as bandas “modernas” desse mundinho hype repetitivo. Yo!

Um comentário:

Rodrigo Ventura Merg disse...

Assino embaixo. Uma apresentação ao vivo desse nível é artigo raro, mais ainda quando tu vê que os músicos estão completamente à vontade e se divertindo.